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AS CASAS MAIS ANTIGAS DE PARIS

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No distrito parisiense de Le Marais (3º arrondissement), quatro edifícios burgueses com ar medieval, atraem poucos turistas que tomam conhecimento da existência delas.

Existe uma disputa sobre qual casa é a mais antiga, vamos descobrir qual é a vencedora:

CASA COM O SIGNO DO MOUTON E CASA COM O SIGNO DO FAUCHEUR

Datando do séc. XV, e localizadas respectivamente nos números 11 e 13 da rua François Miron, as fachadas destas duas construções foram cobertas de gesso, e ficaram ocultas por 3 séculos.

Isso aconteceu pois, após o gigantesco incêndio que devastou Londres em 1666, foi criada uma lei, que obrigou os parisienses a cobrir suas fachadas com gesso para limitar a propagação do fogo, uma vez que a madeira facilita as chamas.

Os dois edifícios foram completamente restaurados em 1967, para trazer de volta as áreas de enxaimel, técnica de construção que usa hastes de madeira e pedras ou tijolos.

Antes e depois da Reforma para retirada do gesso da FAchada

As duas casas são conhecidas com o nome de signos de Mouton (Ovelhas) e Faucheur (Ceifadeira), pois naquela época, as residências não eram identificadas por números, mas por placas que evocavam a atividade do comércio no térreo, uma característica arquitetônica, ou uma particularidade do habitante.

A CASA DA RUA VOLTA Nº3

Com cinco andares estreitos, uma porta de entrada baixa e pequenas janelas, a casa localizada na 3 rue Volta, é uma das casas de enxaimel mais autênticas que sobreviveram na capital.

A construção foi ameaçada várias vezes, principalmente durante o tempo do barão Haussmann (prefeito entre 1853 e 1870), que havia embarcado em uma colossal modernização de Paris.

Mas em 1914, prestes a ser destruída, o historiador Lucien Lambeau afirmou, sem provas concretas, exceto por suas características típicas da Idade Média, que era a casa era a habitação mais antiga de Paris e datava do século XIII.

Depois, algumas pesquisas revelaram que o edifício era, na realidade, um pastiche (imitação de estilo) de uma casa medieval, que teria sido construída entre 1644 e 1655, séc. XVII.

Hoje, o edifício de 350 anos consiste em duas lojas chinesas no térreo e cinco apartamentos, um por andar, ligados por uma escada muito estreita.

CASA DE NICOLAS FLAMMEL

Localizada no número 51, na rua de Montmorency, a casa é classificada como monumento histórico desde 2011.

Também conhecida como “Maison du Grand-Pignon” (casa do grande pinhão), ela foi a primeira casa do lendário escritor e alquimista Nicolas Flamel, que segundo a lenda, descobriu o segredo da pedra filosofal e transformou o chumbo em ouro.

Nicolas Flamel casou-se em 1355 com Dame Pernelle, uma mulher que era muito rica. Porém, sua esposa faleceu em 1397. Viúvo, em 1407, ele mandou construir a casa e ofereceu abrigo e comida a trabalhadores, jardineiros e lavradores pobres, que trabalhavam nas terras vizinhas.

Em 1428, quando Nicolas Flamel morreu, ele deixou sua casa para a Igreja de Saint-Jacques-la-Boucherie. Construída no século XVI e dedicada a São Tiago Maior ou Jacques de Zébédée (pescador do lago Tiberíades e apóstolo de Jesus Cristo), a igreja desapareceu durante a Revolução, com exceção de sua torre sineira: a Santa -Jacques , que ainda fica a 52 metros no distrito de Halles. Hoje, entre a torre do sino e a rue des Lombards, cruzam-se a rue Nicolas Flamel e a rue Pernelle.

Durante a segunda Guerra Mundial (1939-1945), o prédio era um local de prostituição. Depois em 1980, foi uma discoteca.

Hoje, após uma restauração em 1900, o local abriga um restaurante: o “L’auberge Nicolas Flamel”.

A fachada tem quatro níveis e três portas de madeira emaranhadas nas paredes de pedra. Existe também uma placa que mostra seus nomes e a memória de sua fundação de caridade:

“Nós, homens e mulheres trabalhadores, vivendo no alpendre desta casa, que foi feita no ano da graça, ano mil e quatrocentos e sete, cada um tinha o direito de recitar todos os dias um Pai Nosso e uma Ave Maria, orando a Deus que sua graça infrinja perdão aos pobres pecadores Amém”.

Podemos ver nos pilares da construção, gravuras de santos e anjos, as iniciais “NF”, bem como o lema da estalagem “ Ora et labora ”: ora e trabalha.

E aí, você se convenceu de que a casa de Flamel é a mais antiga? Já conhecia estas histórias? Conta pra mim nos comentários o que achou!

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